quinta-feira, 29 de julho de 2010

Do blog Hupomnemata



Haddad, sobre o Ideb

Um trecho da entrevista do ministro da educação, Fernando Haddad, dada a O Globo na sexta-feira passada:
Dois governos é tempo razoável para mudarmos a situação da educação?

HADDAD: Para atingir o patamar de excelência dos Estados Unidos, da Itália, da Espanha, considero uma meta ousada. A Irlanda levou 40 anos para atingir o patamar.

É possível antecipar o cumprimento da meta?
HADDAD: Na verdade, se mantivermos o ritmo atual, essas metas serão antecipadas. Mas duvido que isso seja possível.

Por quê?

HADDAD: O ritmo está bem forte. O Ideb subiu um ponto em quatro anos. Subir um ponto significa que os alunos do 5 ano do ensino fundamental em 2009 têm a proficiência que alunos do 7 ano tinham em 2005. É como se o brasileiro tivesse saltado dois anos em escolaridade.

Com a nota 4,6 nós ainda estamos reprovados?

HADDAD: Quando você fala de uma escala de 0 a 10, você passa a falsa impressão de que faltam 5,4 pontos para a gente ter uma educação de qualidade. Na verdade nós aumentamos 0,8 e falta 1,4. Então, nós cobrimos quase 40% do percurso em quatro anos.

Mas ainda não chegamos a ter uma educação de qualidade, concorda?

HADDAD: Falta cobrir 60% do percurso. Isso significa que nós vamos estar numa situação de países que têm duas ou três vezes a renda per capita do brasileiro.

É difícil reconhecer que o Brasil ainda não tem um ensino de alto nível?

HADDAD: Não é isso. Se a qualidade estivesse caindo, o sinal que você tinha que dar para o sistema era de alerta. Nós, felizmente, tivemos uma inflexão dessa curva, que era decrescente. Desde 2005 é crescente. Então o sinal que você tem que passar é que temos um caminho pela frente. Mas temos que sinalizar que estamos na direção certa. Se eu não passar essa mensagem, à frente do cargo em que estou, posso sugerir para os 200 mil diretores e 2 milhões de professores que estamos vivendo a mesma situação de dez anos atrás. E não estamos. Na verdade, nós começamos a vencer a batalha. Falta muito ainda, mas a tendência é positiva.

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